Perto de completar um mês em vigor, proibição no País obrigou o Colégio GGE a buscar novas atividades de intervalo e investir em negociação direta com pais e alunos
Os colégios de todo o Brasil estão perto de fazer o primeiro balanço mensal dos resultados da lei que proibiu o uso de celulares em ambiente escolar no Brasil. As instituições de ensino tiveram tempo para se prepararem, mas havia expectativa de que uma mudança tão profunda na vida de crianças e adolescentes pudesse causar impactos imprevisíveis. O Colégio GGE criou uma cartilha em formato de e-book para discutir de fato do que se trata esse projeto, sancionado no em 13 de janeiro pelo presidente Lula: nomofobia, o medo ou ansiedade excessiva de não ter acesso aos aparelhos com acesso à internet e redes sociais.
“Pensamos muito, antes da volta às aulas, em como fazer essa transição da melhor maneira possível. O uso correto de aparelhos, por sinal, já era discutido e usado dentro do GGE. A cartilha que disponibilizamos veio daí”, disse Lilian Corrêa, psicóloga escolar do Fundamental 2 do GGE Parnamirim, para quem a aceitação da nova forma de convivência escolar tem sido positiva.
O e-book “Nomofobia: Vamos falar sobre isso?”, desenvolvido pelo Serviço de Orientação Educacional e Psicológica (Soep), trata o assunto de forma séria, já que os sintomas podem ser graves. Entre outras coisas, a dependência do celular pode gerar ansiedade, necessidade compulsiva de verificar notificações de aplicativos, irritabilidade e até dificuldade para dormir.
“Organizamos de forma gradativa esse ‘desmame’. Fizemos um combinado com eles, para que, aos poucos, deixassem de usar esses aparelhos, com os quais se comunicavam também com os pais, usavam pix para pagar lanches na cantina, entre outras coisas”, explicou. “Não foi de forma abrupta.”
A mudança, contudo, não deixou de ter seus “protestos”. “Claro que houve queixas, mas nenhuma ocorrência grave. Tudo foi feito de forma bem pensada, combinando sempre com as famílias, que também tiveram de se adaptar. Agora, os pais procuram a coordenação do colégio. Nós estamos fazendo essa ponte entre os alunos, o que melhorou até a comunicação, mais prática e urgente”, afirmou Lilian.
O mais importante, de acordo com a profissional, é que a interação entre os alunos melhorou depois que os aparelhos foram retirados do intervalo. “Para lidar com essa aflição que a falta do celular pode trazer, estamos trazendo novos jogos com bola e outras atividades que favoreçam o contato pessoal. E o resultado tem sido incrível. Amigos que só se falavam no mundo virtual estão tendo contato direto, conversando mais. Antes, ficavam um ao lado do outro olhando para o celular. Agora, estão jogando, se divertindo.”
De acordo com a psicóloga do GGE, como a lei deixa em aberto a adaptação das escolas, houve um combinado com os pais dos estudantes, para que se houver necessidade pedagógica do uso desses aparelhos, como celulares e tablets, em sala de aula, haverá uma comunicação prévia”, completou, lembrando que professores e outros funcionários das unidades do Colégio GGE também estão limitando o uso de seus aparelhos.
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